22 de ago. de 2010

Desencontros...





Ele branco, família classe média e tradicional da cidade, tímido, sofrido...
Ela, negra, pobre, família sem nome, tímida mas atrevida, bonita que só... dengosa que só...
Um dia a vida os aproximou e se viram... e se olharam.. e se gostaram...
E foi ai que o amor chegou...
Ela reticente... temerosa...
Pensava: pretensão a sua... ousar olhar pra ele...não se enxerga?
Vai rir de você sua tonta... não vai te aceitar...
Bobona... você já sabe o que reza a opinião publica:prá casar só as brancas, as brancas,entendeu?
Ah...ele não vai resistir à pressão da família...
Ele reticente...temeroso...
Pensava...pretensão a sua...ousar olhar pra ela...não se enxerga?
Bobão...tem caras mais interessantes a fim dela...ela nem vai te olhar...ela é tão inteligente e forte...e que jeitinho...e que sorriso...

Mas atraídos que estavam não se resistiram...
E o céu se fez na terra...
E foi a perfeição.
E a felicidade se estabeleceu naqueles dois corações...

E o amor se eternizou...na dor...

Ele não teve forças,as pressões vieram e ele fraquejou...e chorou..
E ela não teve forças pra lutar por ele e sucumbiu...e se escondeu...

..........................................................................................................

Eu os encontro às vezes...
Ele,com aquela que lhe escolheram...destino imposto...remoendo sua fraqueza...
Ela,buscando encontrá–lo em outros,querendo desfazer –se do passado...remoendo seu orgulho.
Ele nunca me pergunta dela...
Ela nunca me pergunta dele...
Mas nunca falta quem lhes venha contar do outro,e é quando uma inevitável e silenciosa lágrima goteja de seus machucados corações...

E  vão os dois pela vida...sós...irremediavelmente sós...

Marisa Mattos é professora,atuando a 9 anos como Coordenadora Pedagógica na Rede Municipal de Ensino de Araçatuba.Blogueira,feminina,pescadora que só conta a verdade...rs..,tia corujíssima e apaixonada pela EDUCAÇÃO.

2 comentários:

Tati disse...

Olá Marisa, vim te conhecer. Que conto triste, e quantas histórias não terminam assim, né?
No início fui me identificando, minha história com meu marido começa parecida (e invertida), aos poucos fomos quebrando barreiras. Hoje as famílias torcem por nós juntos!
Que as curvas do caminho ainda possam unir este casal.
Beijos.

jhamiltonbrito.blogspot.com disse...

E por falar em desencontro, não deixe de comparecer ao nosso encontro, 11/09 - senac - 15h30 para o lançamento do Experimentânea oito e o sarau que faremos a seguir.Leve uma poesia e declame também.